quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

O bar, o blues e os velhos amigos.



Procuro o meu canto, peço uma cerveja e observo.
Do outro lado muita gente entra e sai e quem eu procuro não chega.
Um gole na cerveja, o solo de um velho blues, várias risadas de gente que se diverte pra mostrar que está se divertindo.
Olhando na minha cara só se vê alguém que canta alguns trechos do refrão de músicas que poucos cantam e às vezes alguns assobios que acompanham o som mafioso do ''tonante'' muitas vezes junto de gestos que imitam o músico, como se eu tocasse com ele.
Lá do outro lado do bar tem alguém sozinho. Sentada no banquinho. Nesse caso estar sozinha é uma questão de estilo. Só isso basta para que ela tire algumas fotos e crie postagens com frases feitas de músicas do momento explicando que ela é feliz e que seu sorriso pode ser letal, e que quem não à quis que se lasque, por que ela é muito melhor que tudo que existe e que possa cruzar o seu caminho.
Mais um blues...mais um gole...e lá da entrada? Nada.
Cumprimento a garçonete e encontro alguém que está tão desenganado quanto eu. Velhos conhecidos das situações amarguradas da vida. Conversamos muito e bebemos mais ainda.
Tocam o último acorde e agradecem a nossa presença. Eu tomo o último gole, já amargo e seco, e olho novamente para a entrada. Desisto.
O que me resta é pagar a minha conta e novamente me despedir da garçonete,  que sabe que meu retorno não demora a acontecer.
Pago a conta e viro a esquina em direção a minha casa e tanta coisa passa pela cabeça que já são 4 horas da manhã e ainda não tenho sono.

Novamente um texto pronto na cabeça.

Novamente o lobo solitário e suas andanças.
Novamente o blues e meu rock n roll.

Começa a nova temporada de espetáculos do circo desengano senhoras e senhores. Sintam-se à vontade.
Eu vou continuar por lá, próximo ao palco, perto do bar com meus velhos amigos e sempre vou dar uma olhada na entrada e esperar que você entre por aquela porta.

Circo desengano.

Segue o rock!

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