terça-feira, 20 de janeiro de 2015

O príncipe e o rato

Texto de Bruno Borges.

 

O sol tenta quebrar o tom cinza dessa manhã perdida, acordo aos tropeços cegos de uma noite já esquecida e enterrada junto com a alegria que me falta ao ver os primeiros raios de mais um dia que não deveria estar acontecendo.  Agora eu sei que procurar se tornou uma resposta vazia e não vale a pena tentar entender o que acontece a nossa volta quando a resposta somos nós.  Agora minhas vestes tão surradas encobrem o meu corpo cheio de cicatrizes invisíveis ao olhar desapaixonado de quem quero e uma pergunta me atormenta a cada vez que te imagino: Quem é o príncipe e quem é o rato?

Repassando momentos dolorosos da noite passada que mais queria esquecer do que reviver, me lembro vagamente de alguns flashes que agora parecem ser até mentira. Risos altos, dentes brancos, respiração perto, sussurros no ouvido, mãos se tocando, olhares que se entendem, pernas cruzadas, calor, bebida no mesmo copo, boca. Mas não consigo entender quando tudo deu errado, de príncipe virei rato.

Meus sapatos parecem apertados e minha cabeça cheia de devaneios viaja e da voltas cada vez mais rápidas, escoro na parede e me olho no espelho, um misto de surpresa e conformidade me inunda, ainda é o mesmo rosto. Se é o mesmo rosto temo que ainda seja o mesmo sofrimento que anda corroendo o coração que bate a cada segundo pra mais um dia ou pra menos um?

Os meus olhos talvez tenham conseguido enxergar o que nunca me disseram, o que eu nunca quis realmente entender. Você nunca foi minha. Por mais que eu tenha vivido ao teu lado em todos os momentos, até quando o oceano estava entre nós, até quando um amigo que não via o que estava acontecendo sentava entre a gente e ia junto comigo enquanto eu te levava pra casa. Você não pertence a ninguém.

A imagem que eu nunca pude ver de você caminhando sem olhar pra trás, toda segura e destemida seguindo o sonho em que você acreditava invadiu a minha mente e me deixou novamente atordoado. O momento em que o príncipe dos teus sonhos deixou de existir e passou a ser o rato que você gostava de brincar quando havia o tempo para isso, simplesmente fez o sentido que faltava. Você foi embora sem se despedir, me deixou jogado no canto acuado, entre o nada e a armadilha com queijo. Eu queria ser esse rato que você mantém na gaiola, com sua roda e agua morna. Assim eu poderia sustentar com um pouco mais de veracidade a imagem que não me deixa e me mantem seguro de sua existência.

Hoje parece que nada disso te incomoda, talvez seja só eu que sinta tudo isso com uma força que não pertence a essa terra, lotada de sonhos perdidos e corações partidos. Mas eu ainda tenho que acordar pra mais esse dia, tomo minha aspirina com red label e respiro fundo. Agora é só apertar o play e fingir que não pensei em nada disso. Onde está o príncipe e quem é o rato? Segue o rock, Mr. Kotzen!

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

O significado de uma verdadeira saudade.

Sabe aquele bom momento vivido com um grande amigo? Sim aquela situação onde ninguém consegue explicar como era fácil viver, como acontecia aquelas ocasiões boas que nos  deparamos por recordar.


E quem diria que o seu maior desejo de ir morar em outra cidade, um pouco distante de seus pais tudo isso visando ter liberdade e poder fazer o que quer ( sabe aquelas coisas de adolescentes ), ai que vem a vida e te faz sentir falta da comida da sua mãe, das perguntas do seu pai e do ambiente da sua casa. Porque se tiver algo melhor que família, alguma coisa está errada.
Ai você se pega lembrando que entrou numa rotina de vida e se recorda de como a cerveja é gelada no buteko que você desde jovem frequenta e assim te faz despertar  o desejo de retomar este momento e também uma cerveja gelada sempre é motivo de rever seus grandes amigos que por ali frequentam.
Nossa e aquele grande amor da sua vida, sim aquele que te fez suspirar por grandes momentos. Isso mesmo aquele que você para pra pensar como foi tolo a forma com que muitas vezes você o tratou e realmente de uma forma errada.  E caso você conseguisse  fazer o passado ser presente com muita convicção certamente  você mudaria muita coisa pra melhor nesse grande amor que se foi.
E num estralar de dedos vem em seu pensamento a lembrança daquele seu cachorro fiel companheiro que já se foi, mas hoje você tem plenas condições de dizer como era bom acordar cedo com o seu latido pois a única coisa que ele queria era te ver, te desejar bom dia com algumas lambidas na canela e poder ir na árvore na frente da sua casa fazer um xixi.

Hoje com algumas simples recordações conseguimos definir o que é saudade.


Saudade é tudo isso que você está sentindo agora, enquanto lembra de quem ou o que te faz sentir isso que você está sentindo neste exato momento.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Seguindo estrelas caídas.

 Bom senhoras e senhores hoje temos a honra de publicar o texto de alguém que para mim é um grande talento. Dono de composições fortes e lindas. Para mim este cara e nosso célebre guitarrista e biólogo são as melhores leituras para quem gosta da filosofia de buteco.
A filosofia da vida.

Senhoras e senhores com vocês um dos textos mais bonitos que ja li.

Texto de autoria de Bruno Borges.




Seguindo estrelas caídas.


Estava sentado, olhando para o céu preenchido de estrelas, com o velho B.B. King ao fundo me dizendo que sua emoção havia ido embora, que ELA ainda lhe fazia mal, mas que um dia ELA sentiria a mesma coisa que ele. Momento esse uma estrela cadente rasgava o céu, outra estrela caída que ia embora sem deixar nada pra trás, deixando outro olho solitário na mão.
Isso me fez pensar, quantas estrelas caídas seguimos, em quantos olhares depositamos nossas alegrias pra um dia qualquer nós olharmos para o lado e ver que nada mais resta, que ninguém esta lá.
Eu segui alguns passos, acreditei em algumas promessas e verdades, mas como sempre me perco no caminho, acredito em rastros cósmicos que se foram e podem voltar, não sei se é noite ou dia, não sei se já fiz o que tinha que fazer, perco o rumo do que é certo.
Quantas estrelas eu ainda vou ver cair pra encontrar aquela que vai brilhar permanentemente no meu céu e irá se apagar juntamente comigo?
Quantos sorrisos eu ainda vou perder o ar até achar aquele que me leve até o céu?
Quantas vezes eu ainda terei que chegar até a porta do meu inferno pra descobrir que minha busca por você foi em vão?
Quantas estrelas vou ver apagar antes de conhecer o verdadeiro significado de tudo o que me cerca?
O mestre tem a sua Lucille pra lhe confortar e eu fico atrás de estrelas caídas ainda.

Segue o rock!

A verdadeira história por trás de um pequeno estabelecimento gastronômico e a origem dos seres que vagam pela noite sem rumo e sem falar coisa com coisa, apesar do calor.





Contos de Warte...

Foi de repente. Era outubro e tudo estava insuportável, porque tudo fica insuportável quando a temperatura chega a 42 graus, sem vento, e a cerveja nos bares já vem morna para desgosto e desespero dos que tentam se refugiar num alcoólico estado de ser, sem se importar com a ressaca garantida do dia seguinte. O primeiro deles foi avistado às 19:55 hs. Surgiu do nada, talvez de um bueiro que exalava miasmas, baratas e caranguejeiras do tamanho de um prato, mais peludas que certo artista da Globo. Repetia, alucinado “macumba com uma mão da tumba de tutancamon”, babando e cuspindo em quem se aproximasse. Olhos, esbugalhados, vermelhos e solapados por assombro e terror. Na esquina da rua Cuiabá, às 20:11 hs, apareceu outro, com o mesmo comportamento bizarro, mas sem dizer nada. Abria a boca como se fosse pronunciar alguma coisa, mas dali nada saía a não ser um bafo de frutos do mar com pimenta biquinho. Este já estava só de cuecas esfarrapadas, descalço. Em 15 minutos, surgiram mais dois nestas condições, um gritando, nu e suado, e outro correndo e parando para gesticular como se tentasse abater no tapa alguns dos centos de morcegos que residem nos flamboyants das ruas. Quando era 21:00 hs, já haviam aparecido mais de 15 dessas pessoas estranhas, assustadoras, contabilizadas no mormaço noturno. Ao amanhecer, formavam já uma horda comparável ao bloco Cibalena, famoso no carnaval local, mas com a diferença que a música era substituída por uma cacofonia de gritos, grunhidos, vozes, choros e gargalhadas desses verdadeiros zumbis aparvalhados, não deixando ninguém dormir num raio de 11 quarteirões ao redor. Aquilo abalou a cidade em seus alicerces.

Para abalar uma cidade como aquela, onde tudo é tolerado e a lascívia, a loucura, o desleixo, o desespero e a indolência se misturam num amálgama que gerou uma gente muito festeira e meio besta, somente algo muito além da conta. E essa horda misteriosa era exatamente muitíssimo além da conta. O medo tomou conta de todos, porque as pessoas afetadas eram bem conhecidas, em sua grande maioria. Médicos, dentistas, jornaleiros, vendedores de salteñas, travestis, carnavalescos, professores, donos de lotéricas, políticos, biólogos, mães de santo, jornalistas, funkeiros, pastores, psicólogos, fazendeiros, escritores e mais de um padre católico e duas freiras, Enfim..... gente dali. Formou-se, às pressas, uma comissão suprapartidária, multirracial, ecumênica, transfronteiriça, multinstitucional, multidisciplinar, holística, sexualmente representativa e policlínica para avaliar as coisas daquela absurda epidemia. A força-tarefa investigou antenas de rede de telefonia celular cujas emissões pudessem estar afetando mais do que o calor crônico e a desidratação as capacidades mentais dos habitantes indiscriminadamente, as águas distribuídas na cidade em canos velhos e corroídos e que pudessem estar permeáveis a algum composto natural danoso ou enteogênico, poluentes emitidos por uma antiga fábrica de cimento que inadequadamente ainda funciona no meio da área urbana, poeira de caminhões de minério de ferro que mancha de vermelho uma cidade antes famosa pela brancura, gases do pântano que rodeia a cidade que porventura começassem a ser exalados em função das mudanças climáticas globais que ameaçam a humanidade, verduras vendidas na feira e trazidas do país vizinho por uma gente trabalhadora mas discriminada que resolvera vingar-se de forma torpe, carne vendida nos açougues oriunda dos verdejantes pastos nativos da região que talvez pudessem conter alguma planta danosa comida pelo gado e cujas toxinas pudessem estar sendo depositadas nas carnes devoradas pelos habitantes locais de forma pantagruélica, mosquitos que infestam eternamente a cidade e que pudessem estar transmitindo novos vírus desconhecidos pela ciência e que ao longo dos séculos apenas produzissem um ou outro bocó na população, emissões de plasma coronal pelo Sol naquele dia e nos dias anteriores que pudessem estar afetando as sinapses cerebrais humanas, e tantos outros motivos suspeitos. Entretanto, nada, nenhum padrão foi encontrado capaz de explicar o estranho fenômeno.

Ao final da tarde do dia seguinte, ainda sob os acachapantes 42 graus à sombra, a horda continuava aumentado. O boato era que o prefeito também havia sido acometido e estava sobre o telhado da igreja matriz de Nossa senhora dos Remédios comendo telhas e pombos incautos e grilos fugitivos do calor. O pânico tomava conta de tudo e de todos. Começaram encontrar aqueles zumbis já subindo pelos morrotes que rodeiam a cidade, e até já saindo pelas estradas que deixam a urbe. Então, num rompante de bravura e zelo em defesa da pátria, um isolamento foi providenciado pelas forças armadas na ponte que conecta a cidade com o resto do país. A esperança era que o rio funcionasse como um fosso de um castelo medieval e que as piranhas dessem conta daqueles que tentassem atravessar a vau as águas escuras e suspeitas em sua fome avida por corpos afogantes.

Eu fugi antes, levando comigo a resposta. Não sei como aquilo tudo terminou, e qual foi o destino da cidade e de sua gente. Na verdade, eu nunca mais quis saber. Entretanto, guardei comigo o fato de que a origem daquela situação inusitada estava num risoto de camarão no qual foi cozido um pentelho grisalho num pequeno e conhecido restaurante da cidade. E eu não falo mais sobre isso.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Um bom suco, um amor sincero e uma boa recordação.

2 laranjas, meia beterraba, 1 cenoura, meio copo de água e batendo tudo isso no liquidificador você pode ter certeza que terá um delicioso suco super nutritivo sem gorduras saturas e trans, onde irá hidratar o organismo e irá prevenir você de vários tipos de doenças.
Ahhh se toda receita fizesse bem principalmente para o coração.

Pode até não fazer bem para o coração diretamente, mas tem boas lembranças e recordações que dialogando com um amigo nunca ninguém e muito menos nós mesmo que sentimos todo esse bom sentimento conseguiremos apagar de nossas memórias.

Nesta ocasião estar em um show com sua digníssima, dar uma extravasada pois vocês mereciam principalmente eu, nessa data recordada era meu aniversário e nesse dia que viraria uma data pra se recordar e ter bons sentimentos você usou uma receita que faz o bem para cuidar de alguém que era tão especial naquele momento.

E hoje cumprimentando a garçonete pela sua simpatia, brindando com seu grande amigo mais uma cerveja aberta juntos e  enormes gargalhadas você percebe que independente de você ter escutado que você não foi o ideal e outras cositas más ( literalmente falando que você não cuidou ou não tomou conta ), é de se perceber que você fez muitas coisas boas mas ninguém se recorda.



E hoje o único a se recordar é você! Esse lobo que a cada dia vai se tornando velho e com esse seu pensamento positivo e feliz acaba não se tornando velho e sim antigo, onde a antiguidade serve de experiências para novas aventuras suas e para seus amigos ao seu redor.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

O bar, o blues e os velhos amigos.



Procuro o meu canto, peço uma cerveja e observo.
Do outro lado muita gente entra e sai e quem eu procuro não chega.
Um gole na cerveja, o solo de um velho blues, várias risadas de gente que se diverte pra mostrar que está se divertindo.
Olhando na minha cara só se vê alguém que canta alguns trechos do refrão de músicas que poucos cantam e às vezes alguns assobios que acompanham o som mafioso do ''tonante'' muitas vezes junto de gestos que imitam o músico, como se eu tocasse com ele.
Lá do outro lado do bar tem alguém sozinho. Sentada no banquinho. Nesse caso estar sozinha é uma questão de estilo. Só isso basta para que ela tire algumas fotos e crie postagens com frases feitas de músicas do momento explicando que ela é feliz e que seu sorriso pode ser letal, e que quem não à quis que se lasque, por que ela é muito melhor que tudo que existe e que possa cruzar o seu caminho.
Mais um blues...mais um gole...e lá da entrada? Nada.
Cumprimento a garçonete e encontro alguém que está tão desenganado quanto eu. Velhos conhecidos das situações amarguradas da vida. Conversamos muito e bebemos mais ainda.
Tocam o último acorde e agradecem a nossa presença. Eu tomo o último gole, já amargo e seco, e olho novamente para a entrada. Desisto.
O que me resta é pagar a minha conta e novamente me despedir da garçonete,  que sabe que meu retorno não demora a acontecer.
Pago a conta e viro a esquina em direção a minha casa e tanta coisa passa pela cabeça que já são 4 horas da manhã e ainda não tenho sono.

Novamente um texto pronto na cabeça.

Novamente o lobo solitário e suas andanças.
Novamente o blues e meu rock n roll.

Começa a nova temporada de espetáculos do circo desengano senhoras e senhores. Sintam-se à vontade.
Eu vou continuar por lá, próximo ao palco, perto do bar com meus velhos amigos e sempre vou dar uma olhada na entrada e esperar que você entre por aquela porta.

Circo desengano.

Segue o rock!

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

A leveza do vai-vem.



Logo pela manhã em frente a minha casa vejo mais um dia amanhecer e através disso percebo que ao mesmo tempo mais um dia se passou.
E com esse vai-vem chego a conclusão que mais um ano está próximo e que ao mesmo tempo estamos no fim do ano.
Ah e com esse passar do tempo para frente e para trás observo que de lá pra cá quem realmente ficou em nossas vidas certamente são as pessoas boas que realmente tem um significado importante em nosso coração.
Mas que além de tudo o tempo perdido e acompanhado das picuinhas insignificantes não volta mais.
E o que fica é a tranquilidade do dever cumprido e do melhor que poderia ser feito eu me esforcei o máximo ou até mesmo em alguns casos os erros se ecoaram por um bom tempo em nossa mente hora que a cabeça se apoiar no travesseiro e realmente cairmos na real que o sono não vem e que falta algo.
É ai que podemos chegar as diferenças da vida, ou ela é pesada ou ela é leve.
Azar daqueles que se arrependem de não ter vivido uma vida leve.

O tripé



Ahhh as mulheres
Como não se apaixonar
Ainda mais pelas suas curvas lascivas
Parecidas como uma onda do mar
Ahhh um agrado
Não é simplesmente um sentimento
É um contato mais intimo 
Com um simples toque feminino

Ahhh os "Flaps ane Jabs"
É um contato mais carnal
Algo que digamos ser o combustível inflamável de uma relação