sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Vertical (No caminho).




Olha quem aparece de novo por aqui! Turva, escura. Um céu nublado em uma tempestade.
Às vezes te arranca um sorriso ao meio-dia e logo depois acaba com sua noite.
Você tem a sensação de que daqui pra frente vai ser diferente, que amanhã você vai acordar e seu "final feliz" estará arrumando a mesa do café.
Quando você acorda está tudo lá!... igual, imóvel, gelado, sem vida...
Você se levanta com um peso na cabeça que se justifica quando percebe que a garrafa de whisky está vazia. Dói mais quando percebe o tamanho da sua covardia ao recorrer a uma garrafa dessa bebida para ir onde gostaria de estar.
Do lado de cá, sem máscara e sem muleta, o mundo é tão chato ao ponto de acharem que você é um enganador. Chato ao ponto de ter que conviver com isso.
Quando você aprende que tem que fechar a porta quando é surpreendido com ações de carinho, quando você é alertado que isso é uma ameaça a integridade alheia e, por isso, deve sair, comece a se preocupar.
Todos nós devemos nos dar ao luxo de tentar subir, cair e tentar de novo. Quando subimos mostramos o quanto temos, quando caímos aprendemos mais e mais e, quando criamos coragem de retomar a subida, mostramos o tamanho de nossa força.

No circo já passaram muitas pessoas e várias delas me disseram o quanto a descida lhe fizeram bem mas todas elas continuam sua caminhada, tentam e, a cada tentativa, crescem.

Elas se vão... Algumas tentaram me levar, me deram suas mãos, porém, permaneci aqui.

Pra isso chamei o circo de "Desengano" e pra isso alguns chamaram o mesmo circo de "Fracasso" ou "Covardia". No final das contas eu permaneci e todos os outros se foram e quem passa por aqui ainda conhece o circo por "Desengano". Desejo sorte aos que seguem mais entendam que é difícil demais pra quem permaneci.

"...Ah, no palco da ilusão/ Pintei meu coração/ Entreguei amor e sonhos sem saber/ Que o palhaço pinta o rosto pra viver..."

Dedicado a todos que aguardam quem nunca voltará! A quem lê no escuro e que sente falta da solidão...

Segue o rock!

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