segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

No canto do bar.




Eu me calei
Embora nada no entorno fosse silêncio eu não disse o que deveria, silenciei.

Me calei
Quando eu esperei ansioso e não chegou, me calei quando lá eu fiquei, esperei e ninguém voltou.

Me calei quando sorri sem graça e não disse nada com a sua desculpa esfarrapada na certeza que conseguiu me enganar. Eu me calei quando percebi que fingia se preocupar com as histórias que contei. Eu me calei quando me toquei que estar ali não fazia diferença pra você, que o sorriso sincero não vinha na minha direção.

Eu só consegui me calar, silenciei.

Eu percebi
Que quando escrevi finalmente falei, disse alguma coisa, não entendi nada. Sem resposta o desespero aumenta e o desengano se expõe. Te comparam com a solidão, alguns pensam que pode ser paixão e olhando nessa direção você vai ver uma mesa, uma cerveja e o velho blues, uma caneta e um pedaço de papel. Vai ver um pouco de silêncio.

Quando me calo penso, rezo, sinto falta e falo disso. Quando me calo justifico meu silêncio.

O sorriso algumas vezes é uma maquiagem grosseira, a poeira varrida pra debaixo do tapete.

Ao circo Desengano, à este palhaço nascido e criado neste grande circo e a você que comparece sempre para ver esse grande show.

Segue o rock senhoras e senhores!

“E as paredes do meu quarto vão assistir comigo
À versão nova de uma velha história
E quando o sol vier socar minha cara
Com certeza você já foi embora”

Valeu Cazuza!


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